O MASP em nova fase

O novo diretor-presidente do Masp – Museu de Arte de São Paulo -, Heitor Martins, anunciou as diretrizes que nortearão o trabalho da recém-eleita diretoria da instituição, visando torná-lo mais profissional e eficiente. Um dos objetivos centrais, segundo adiantou, será promover a reaproximação da instituição com a população e com a cidade. 
Ele também apresentou a nova equipe que comandará as atividades do Museu, integrada por Adriano Pedrosa, diretor Artístico, Lucas Pessoa, diretor de Fomento e Operações (no cargo desde junho) e Miguel Gutierrez, diretor Financeiro.

Heitor Martins, o novo chefe do MASP


Segundo explicou Heitor Martins, o objetivo maior que passa a orientar as atividades do Masp é promover a reaproximação da instituição com o público e com a cidade, de maneira mais plural e transversal, marcas que historicamente estiveram associadas à imagem e ao papel da instituição.
Adriano Pedrosa, que assume oficialmente o cargo em novembro, terá a função de orquestrar as diversas áreas de atuação do museu: exposições, pesquisa, restauro, arquivo, acervo, setor educativo, programação dos auditórios, arquitetura, design e publicações. Para as exposições, dada a dimensão numérica e a diversidade do acervo do Masp, serão contratados curadores adjuntos. "Eles vão trazer conhecimento específico para cada uma das áreas, para que o potencial do museu seja explorado da forma mais plena possível", explicou Heitor Martins.
Adriano Pedrosa traçou as linhas gerais do trabalho que pretende desenvolver como diretor Artístico, mas adiantou uma ideia que pretende levar adiante: a volta os icônicos cavaletes de vidro criados por Lina Bo Bardi, abandonados há cerca de duas décadas. “É talvez o equipamento de display de coleção de museu mais radical que existe e há um anseio comum pela sua volta”, ponderou o diretor Artístico.
Dentro dos planos de fortalecimento do diálogo entre o museu e a sociedade, uma das ideias da nova diretoria é promover a utilização do vão livre como espaço simbólico de convivência, como ocorreu no passado. “É nesse espaço que o museu deixa de ser apenas uma grande caixa, esse grande receptáculo de objetos, e se abre para a vida e para a cidade”, refletiu o Adriano Pedrosa. “Estamos dialogando com as diversas áreas envolvidas, inclusive com a Prefeitura de São Paulo, e já está sendo pensada uma programação de eventos, exposições e concertos específica para o espaço”, complementou Heitor Martins.
Sobre a programação de exposições, Adriano Pedrosa deixou claro que pensa em revisitar exposições importantes já realizadas na instituição, como “A Mão do Povo Brasileiro”, mostra inaugural do Masp em sua atual sede, coordenada por Lina Bo Bardi em 1969, e “GSP76”, em torno da grande São Paulo. “Não se trata de remontar essas exposições, mas revisitar os princípios e temas delas”, explicou.
Em relação à situação financeira do Masp, a nova equipe gestora se prepara para enfrentar o desafio de equilibrar as contas e recuperar a vitalidade orçamentária, para que a instituição possa cumprir seus objetivos artísticos. “A escassez de recursos é uma realidade constante no Brasil e um desafio que todas as instituições culturais enfrentam, especialmente no momento atual”, ponderou Heitor Martins. “Nós pretendemos realizar uma modernização muito importante no modelo de governança, com a introdução de uma série de mecanismos que visam preservar a vitalidade da instituição”, informou. Uma das primeiras ações da nova gestão foi a criação de um conjunto de comitês formados por membros do Conselho e da Diretoria, que vão possibilitar o aprofundamento dos diversos temas, como formação de acervo e captação de recursos.
Heitor Martins resumiu que a recuperação da saúde financeira da instituição, a reaproximação do museu com a sociedade e a atenção mais dedicada a seu acervo, com apoio de curadores adjuntos, são os principais objetivos definidos pela nova gestão. Adriano Pedrosa revelou sua satisfação em poder participar desse processo. “O Masp é um local muito especial. Estou realmente muito contente de estar aqui neste momento, que é também um momento importante na história do museu.” E concluiu: “pode ser um divisor de águas nessa história.”

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