Festival de Teatro de Curitiba 2014

Os curadores do Festival, Celso Curi e Lucia Camargo; o diretor do Festival, Leandro Knopfholz; e Eduardo Saron (Itaú Cultural)
A partir da noite de 25 de março, quando começa a 23ª edição do Festival de Teatro de Curitiba, a capital paranaense se transformará num grande e vibrante palco onde entrarão em cena, até o dia 6 de abril, mais de 430 companhias de 19 estados brasileiros e de quatro países. Durante doze dias, o evento ocupará 65 espaços, entre ruas, calçadões, parques e praças, além dos principais teatros da cidade, promovendo um encontro entre pessoas, artes cênicas e entretenimento.
A venda de ingressos terá início dia 7 de fevereiro pelo site www.festivaldecuritiba.com.br e também nas bilheterias de Curitiba, localizadas no Shopping Mueller, Palladium Shopping Center e ParkShoppingBarigüi.
Nesta edição, a programação da Mostra inclui 35 espetáculos, sendo sete estreias nacionais e quatro de grupos estrangeiros. O Fringe, espaço aberto à participação de companhias interessadas em mostrar seu trabalho ao público, crítica e “olheiros” que acompanham o Festival, terá 400 montagens e dez eventos, no conjunto, vinte a mais do que no ano passado. O Festival contará, também, com outras atividades já consagradas: Risorama – festival de humor com stand up comedy e personagens -, Mish Mash – série de apresentações de variedades, incluindo mágica e arte circense -, Guritiba – programação voltada às crianças – e Gastronomix – quermesse de alta gastronomia com renomados chefs brasileiros.
Um programação focada exclusivamente em teatro de rua – Sesi na Rua – possibilitará ao público assistir espetáculos de companhias que utilizam o espaço público como cenário. Essa mostra inclui a peça El hombre venido de ninguna parte, da companhia chilena Gran Reyneta, O pequeno manual, A Pereira da tia e Os gigantes da Montanha.
A programação traz ainda os ensaios abertos de “Nus, Ferozes e Antropófagos”, produção franco-brasileira que reúne a companhia brasileira de teatro, o coletivo Jakart/Mugiscué e o Centro Dramático Nacional de Limousin, ambos franceses. Tem direção de Marcio Abreu, da companhia brasileira de teatro, e dos franceses Pierre Pradinas e Thomas Quilladert.
Leandro Knopfholz, diretor do Festival, destaca alguns aspectos importantes da Mostra. “Trabalhamos para formar um retrato abrangente do teatro brasileiro, combinando clássicos, nova dramaturgia, novas maneiras de encenar e a comunicação com outras artes”, conta. Nesta edição de 2014, ele indica tendências como a maior abertura para o cenário internacional, o espaço para companhias estáveis, espetáculos inspirados por experiências pessoais (“BR Trans e “SPAM”, por exemplo) e, ainda, a presença da música, seja em musicais na concepção clássica ou não (“Jim”).
A curadoria da Mostra foi feita pelo trio formado por Tania Brandão, Lucia Camargo e Celso Curi. Uma das diretrizes seguidas para chegar à grade final foi procurar retratar o panorama nacional das artes cênicas, desde a linguagem até o conteúdo. Tania Brandão destaca essa busca ao assinalar que “o país ferve, transborda inquietude, e o Festival traz uma imagem humana desse turbilhão hoje”. Segundo ela, não faltam “diferenças, confrontos, igualdades; olhares diversos e cenas múltiplas”.
Outro ponto marcante da programação deste ano é a presença de companhias estrangeiras. A escolha foi precedida por viagens de investigação. Celso Curi lembra que a internacionalização do teatro é hoje uma enriquecedora realidade. “Caminhos estreitos e localizados estão em processo de ampliação. A movimentação tem gerado um círculo vital para a arte, pois a importação e a exportação oxigenam o processo criativo. É saudável sair de suas aldeias, para não dizer zona de conforto. O contato efetivo com um pensar muito parecido, porém, muitas vezes, com outra pegada, ajuda os dois lados a verem que não estão sós em seus mergulhos e necessidades”.
Lucia Camargo também destaca a importância dessa internacionalização da Mostra e ressalta o valor da diversidade que o evento proporciona. “Como um dos mais importantes e polêmicos do país, o Festival de Curitiba consolida também uma ‘janela’ internacional, contemplando ainda a programação democrática do Fringe”, afirma.
O Fringe faz parte do Festival de Teatro de Curitiba desde sua 7ª edição, em 1998. Ele se inspira na experiência que surgiu espontaneamente em 1947 no Festival Internacional de Edimburgo, mais importante evento de artes cênicas do mundo. Naquela época, companhias escocesas e inglesas que não faziam parte da programação oficial resolveram criar seu próprio espaço. Sua denominação – Fringe significa em inglês “franja” ou “margem” – traduz a essência aberta e democrática dessa iniciativa. Também em Curitiba a participação é livre, sem curadoria, e depende unicamente da disponibilidade de espaço. As companhias vão a Curitiba por iniciativa própria para mostrar seu trabalho em palcos e em espaços públicos. Na programação da Fringe costumam aparecer grandes surpresas e algumas das produções mais originais do Festival.
Neste ano a programação do Fringe terá 400 peças, além de dez eventos especiais, como oficinas, festas e bate papos. Serão 66 espetáculos gratuitos, incluindo 56 peças de rua. As companhias e grupos que se apresentarão são provenientes de 19 estados brasileiros e de outros três países – Argentina, Moçambique e Paraguai.
No Fringe há também a possibilidade de grupos e companhias se reunirem para apresentar mostrar próprias, criando um invólucro para trabalhos com linguagens ou linhas de pesquisa semelhantes. Neste ano, o público encontrará onze mostras: Coletivos de Pequenos Conteúdos, ES em Cena, Mostra Internacional de Solos (MIS), Mostra Ademar Guerra, Mostra Ateliê de Histórias, Mostra Ave Lola, Mostra Baiana, Mostra Novos Repertórios, Mostra Sesi Dramaturgia, Mostra Seu Nariz e Mostra Sonora Cena.

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