Individual do Araquém Alcântara pelos recônditos mais escondidos do sertão

No próximo dia 29, sábado, a Galeria de Babel inaugura seu novo espaço com a exposição “Veredas”, individual do fotógrafo Araquém Alcântara. As 15 obras que compõem a mostra fazem parte do livro “Veredas” (editora TerraBrasil), que será lançado no mesmo dia, com tarde de autógrafos e visita guiada com o artista. A exposição fica em cartaz na galeria até 31 de janeiro.


As imagens capturadas pela lente certeira de Araquém foram registradas ao longo de 10 viagens, feitas nos últimos dois anos – a última delas, com 9.200 km percorridos, durou cerca de 20 dias. Para a produção dessas obras, o fotógrafo caminhou pelos recônditos mais escondidos do sertão, passando por lugares com nomes quase míticos, tais como Serra das Confusões, Buriti Cristalino, Catimbau, Brotas de Macaúbas e Vão de Almas. “Meu modelo de universo é Amazônia, Mata Atlântica e Sertão – tudo o que tem no Brasil. Escolho um caminho com o coração e sigo. Sou um andarilho”, explica Araquém.
As fotografias em preto e branco foram impressas em quadritone – um tom terroso, árido. “É o tom do sertão, o tom da magia, do arcaico, do atemporal”, conta o fotógrafo. “Eu quis retratar o sertão como o palco de uma grande tragédia, tal como fez Guimarães Rosa. Também quis ir atrás das belezas esquecidas, a fim de reparti-las”.


Com curadoria de Eder Chiodetto, as fotografias, dispostas numa narrativa quase musical de aprofundamento nesse universo, exibem a exuberância por trás da dureza do sertanejo e da simplicidade de suas habitações, da rusticidade do ofício e da fé, da monumentalidade da paisagem e do mistério da fauna e da flora local. “Elas falam sobre a vereda do sertão, mas também sobre a vereda da vida”, conta Araquém. “Eu sou um intérprete do Brasil. Não sei fazer outra coisa: só andar e fotografar”, finaliza.
Fundada em 1999 por Jully Fernandes, a Galeria de Babel consolidou seu papel no cenário brasileiro de artes plásticas, sendo a primeira a trabalhar exclusivamente com fotografia. A convite da Magnum Photos de Nova York, na época dirigida por Mark Lubell, atualmente diretor do ICP – International Center of Photography, de 2009 a 2011, a galeria trabalhou em parceria na América Latina para venda de fine art prints e projetos culturais.
O fotógrafo Araquém Alcântara é nascido em Florianópolis, em 1951. Estudou jornalismo na Universidade de Santos (SP). Começou a trabalhar como fotojornalista em São Paulo nos anos 70, colaborando com os jornais O Estado de São Paulo e Jornal da Tarde e com a revista Isto É, antes de passar a trabalhar de forma independente em meados dos anos 80.
Celebrado como um dos precursores da fotografia ecológica no país, Araquém Alcântara já realizou mais de meia centena de exposições individuais e lançou dezenas de livros.

Abertura da exposição e lançamento do livro: sábado, 29 de novembro, das 12h às 20h
Visita guiada das 16h às 17h
Sessão de autógrafos das 17h às 20h
Visitação: de 29 de novembro de 2014 a 31 de janeiro de 2015
De terça a sexta, das 14h às 19h; sábados, das 11h às 17h
Vila Modernista (Alameda Lorena, 1257), Casa 2, Jardim Paulista – São Paulo

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