Flip confirma presença da autora americana Lydia Davis
Especialista em contos e narrativas concisas, autora lançará coletânea Tipos de Perturbação na Flip Finalista do Man Booker International Prize 2013, a escritora norte-americana Lydia Davis virá à 11ª edição da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty –, que acontece entre os dias 3 e 7 de julho.
O nome de Davis tem sido associado à radical renovação da narrativa breve: nas mãos da autora, o conto se revela um gênero literário ao mesmo tempo rigoroso e maleável. Suas peças são de difícil classificação, pois não raro transitam entre ficção, ensaio e poesia.
Nascida em 1947 em Northampton, Massachusetts, a autora publicou seis livros de contos e um romance, The End of the Story (1994). Seu mais recente título Tipos de perturbação, foi indicado ao National Book Award, em 2007 e será lançado na Flip pela Companhia das Letras.
Nos 57 textos que compõem a obra, Davis vale-se das mais variadas formas, abordagens e estilos para flagrar seus personagens em suas inseguranças e em seus desajustes com o cotidiano. Passagens longas alternam-se com formulações extremamente concisas, que às vezes se resumem a uma única frase lapidar. Nos interstícios desses textos em tom formal, quase protocolar, revelam-se por vezes dramas pessoais profundos e fraturas sociais mal disfarçadas. Tal e qual Kafka, que não por acaso é o protagonista de um dos contos, Davis expressa o trágico e cômico descompasso entre o homem moderno e o mundo à sua volta tendo na ironia um de seus grandes recursos.
Em 2009, foi publicado nos Estados Unidos o volume The Collected Stories of Lydia Davis. Na ocasião, a coletânea foi definida pelo crítico James Wood (The New Yorker) como “um conjunto provavelmente único na literatura americana em sua combinação de lucidez, concisão aforística, originalidade formal, humor engenhoso, frieza metafísica, pressão filosófica e conhecimento humano”.
Crítica literária e tradutora, a autora é reconhecida também por suas traduções de autores franceses como Proust, Foucault, Blanchot e Flaubert, de quem traduziu o clássico Madame Bovary.
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