Começa a XVII Unifor Plástica, mostra que reúne obras de renomados artistas nordestinos
Obra do artista Arthur Bispo do Rosário, um dos trinta artistas que terão suas obras expostas na mostra |
A partir do dia 24 de outubro, a Fundação Edson Queiroz apresenta a XVII Unifor Plástica, edição curatorial da mostra bianual de artes visuais, que comemora os 40 anos da fundação da Universidade de Fortaleza. A exposição reúne, no Espaço Cultural Unifor, obras de novos talentos e de renomados artistas cearenses e nordestinos, que foram selecionados para participar da mostra por curadores e críticos, como Paulo Herkenhoff, diretor cultural do Museu de Arte do Rio (MAR).
Reconhecido apreciador das artes visuais, o chanceler Airton Queiroz entende a importância de valorizar obras, linguagens e expressões artísticas produzidas no Ceará e na região Nordeste. Assim, a exposição reúne obras de artistas como Leonilson, Sérvulo Esmeraldo, Rodrigo Frota, Estrigas, Nice Firmeza, Efrain Almeida, Luciano Figueiredo, Luís Hermano e Chico de Almeida, que já possuem importantes obras no acervo da Unifor.
Uma lista de pré-seleção foi definida pelos curadores Paulo Herkenhoff e Marcelo Campos. Em seguida, uma comissão de seleção formada por três críticos e historiadores da arte elegeu os artistas convidados para a mostra. Segundo Paulo Herkenhoff, trata-se de uma lista elaborada de modo mais curatorial do que com ideia de julgamento. “As escolhas hoje não se fazem como júri. O público do Ceará está acostumado com um modelo antigo e precisamos educá-lo para um modelo novo. Com isso, a comissão trabalha com o espectro muito mais amplo das possibilidades estéticas oferecidas pelo ambiente artístico do Ceará”.
Outros artistas selecionados para a mostra foram Zé Tarcísio, Eduardo Frota, José Guedes, Milena Travassos, Jared Domicio, Yuri Firmeza, Solon Ribeiro, Victor César, Waléria Américo, Herbert Rolim, Arthur Bispo do Rosário, Delson Uchôa, José Rufino, Marcelo Gandhi, Rodrigo Braga, Marepe, Jonatha de Andrade e Thiago Martins de Melo.
Para Herkenhoff, o modelo antigo não dá conta das manifestações contemporâneas, tornando-se uma instituição mais passadista do que testemunha da arte do presente. De acordo com o curador, estimular a apreciação à produção artística local traz outros significados para além da valorização da arte do Ceará. “A Fundação Edson Queiroz representa um dos mais importantes acervos artísticos do país. A exposição ousa estar atenta para os bons contemporâneos emergentes como também para artistas de gerações anteriores”.
Reunir numa só exposição tamanha diversidade de obras certamente oferece um amplo panorama da arte produzida na região. Segundo Marcelo Campos, um dos mais renomados curadores em atividade, podemos esperar uma mostra de excelência com o que há de mais significativo na produção nordestina hoje. “Muitas mídias são utilizadas por artistas cearenses, e esses artistas têm reconhecimento nacional e internacional. Destaco as intervenções nos espaços públicos e institucionais, além de uma excelente produção em vídeo e objetos. A produção de qualidade em pintura ainda é pequena, perto de outros estados como Pernambuco, mas temos expoentes na escultura contemporânea, por exemplo”. Para o curador, trata-se de uma arte que ensinou ao Brasil o modo de trabalhar com contextos locais, sem diminuir ou folclorizar a potência artística.
É nesse cenário, embalado pela produção artística cearense, que a XVII Unifor Plástica vai acontecer. “Existem artistas de Fortaleza que já estão muito firmes na cena brasileira ou que já esboçam uma carreira internacional. E uma das tarefas da Unifor Plástica é apoiar esse processo histórico irreversível. Considero o ambiente na produção cearense uma das cinco ou seis mais significativas do Brasil, com singularidade e pertinência. Uma exposição como esta prova que se vive um momento favorável nas artes plásticas e que o entusiasmo é grande”, defende Herkenhoff.
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