Fernando Henrique Cardoso: "Reestabelecer a confiança da sociedade e reorganizar as finanças públicas"


"É preciso reestabelecer a confiança da sociedade e reorganizar as finanças públicas para a volta do crescimento econômico brasileiro. Já conseguimos grandes conquistas, como a reforma trabalhista, mas é preciso continuar olhando para o futuro", afirmou Fernando Henrique Cardoso. O ex-presidente expôs "A importância do fortalecimento das instituições brasileiras" para CEOs, presidentes e outras lideranças corporativas, além de autoridades, no Almoço-Debate LIDE nesta segunda (11), no Hotel Grand Hyatt.

Comandado por Luiz Fernando Furlan, chairman do LIDE, o evento também contou com a presença do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin; o prefeito de São Paulo, João Doria e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Cauê Macris.

"Tivemos uma má condução das políticas econômicas nos últimos anos e o reflexo dessas decisões foram sentidas. O cenário econômico já apresenta sinais de melhora, mas é preciso ter uma gestão mais eficiente das instituições brasileiras. Além disso, é necessário combater a corrupção e deixarmos essa visão de utopia regressiva que vivemos, que acredita que as soluções do passado podem ser a salvação no presente, para tornar o Brasil mais contemporâneo e integrado. Com esse foco, conseguiremos reestabelecer a confiança da sociedade, organizar as finanças e dar rumo na economia", afirmou Fernando Henrique Cardoso.

O ex-presidente também citou algumas conquistas do governo federal, como a recuperação da Petrobras, a aprovação da Reforma Trabalhista e promulgação da emenda constitucional do Teto dos Gastos Públicos. Elas possibilitaram a criação de novos horizontes mais favoráveis, dão esperança para a sociedade e mostram sinais de recuperação da economia. FHC admitiu, no entanto, que não existe um plano salvador e que, pelo fato do Brasil ser um dos poucos países industrializados na América Latina, é preciso deixar de se isolar e se abrir para o mundo. "Vivemos a era da informação, da tecnologia e da inovação. O mundo está mudando e precisamos conquistar nossa posição nele, mas também se posicionar", alertou.

Segundo ele, as lideranças devem ser capazes de se expressarem e serem totalmente transparentes em seus programas, criando assim um ambiente de confiança. "A fragmentação e a descrença levaram ao atual momento. É preciso que todos os envolvidos falem de forma direta, clara e objetiva para que a sociedade acredite que é possível superar as dificuldades", afirmou.

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